Ter, 26 de outubro de 2021, 11:41

“Cota não é esmola”: projeto promove ciclo de debates
Última live ocorre em 8/11 às 19h na TV UFS
“Implementação da Lei de Cotas na Universidade Federal de Sergipe: o que mudou nos últimos anos”  foi o tema da primeira live. (fotos: reprodução)
“Implementação da Lei de Cotas na Universidade Federal de Sergipe: o que mudou nos últimos anos” foi o tema da primeira live. (fotos: reprodução)

Com o intuito de impulsionar a conscientização de dentro para fora da UFS sobre as cotas raciais e falar sobre o avanço das políticas afirmativas, o projeto "Cota não é esmola: a importância da implantação das cotas raciais na Universidade Federal de Sergipe" promove ciclo de debates transmitidos em lives no canal do YouTube da TV UFS.

“O debate em torno das cotas raciais na universidade pública diz respeito a toda população brasileira. A cota racial é uma política pública voltada para a reparação histórica de acesso à educação de ensino superior para pessoas negras e também indígenas que tiveram desde sempre neste país seus direitos negados. É notável que o entendimento sobre a importância das cotas ainda não está cem por cento e percebemos isso quando ainda há pessoas contra a implementação dessa política nas universidades e quando, de forma equivocada, escolas privadas levantam outdoors menosprezando a entrada de estudantes cotistas no ensino superior”, disse a coordenadora do evento professora Luciana Oliveira Vieira, do Departamento de Comunicação Social (DCOS).

Foram realizadas até agora quatro lives (a quinta e última ocorre em 8 de novembro às 19h com o tema “Experiências de aplicação de ações afirmativas nas universidades públicas”). A mesa de abertura foi transmitida no dia 5 de outubro com o tema “Implementação da Lei de Cotas na Universidade Federal de Sergipe: o que mudou nos últimos anos” com a presença dos professores Yérsia Assis de Souza (UFSC) e Frank Marcon (DCS/Neabi/UFS).


Na segunda live foi debatida “A fraude nas cotas raciais nas universidades públicas: os casos na Universidade Federal de Sergipe”.
Na segunda live foi debatida “A fraude nas cotas raciais nas universidades públicas: os casos na Universidade Federal de Sergipe”.

“A primeira questão é reconhecer que existem alunos impedidos de acessar de forma equitativa certos bens públicos e privados a partir das oportunidades que se criam, como conhecimento e escolarização. Portanto, a ideia de reconhecimento do racismo, de que a sociedade brasileira é racista e de que existe um racismo estrutural passa a estimular uma discussão sobre como resolver esse impasse a partir de políticas públicas que reafirmem esses grupos sociais e a necessidade deles serem beneficiários, a fim de que a sociedade seja menos desigual”, afirmou Frank.

A segunda live (11 de outubro) teve a participação do professor Roberto Lacerda (DESL/Neabi/UFS) e da representante do Coletivo de Estudantes Negras e Negros Beatriz Nascimento Stefany Carol (CNBN/UFS) sobre o tema “A fraude nas cotas raciais nas universidades públicas: os casos na Universidade Federal de Sergipe”.

“No contexto de Sergipe, ainda estamos nos debruçando sobre a questão das comissões, mas é um debate que deve começar com urgência diante desse cenário de ajustes, do avanço do conservadorismo e da redução dos direitos sociais. A gente não pode descansar e perder de vista a capacidade de mobilização”, falou Roberto.


“O futuro do trabalho é antirracista: profissionais negres na comunicação” foi o terceiro debate.
“O futuro do trabalho é antirracista: profissionais negres na comunicação” foi o terceiro debate.

Com o tema “O futuro do trabalho é antirracista: profissionais negres na comunicação”, o terceiro debate contou com a presença de Mariana Reis (UFPE), Naira Évine (UFF) e da mestranda Aline Braga (PPGCOM/UFS). Ocorreu no último dia 19.

“O espaço da comunicação ainda provoca discussões como essa: será que uma mulher negra, com cabelo crespo, pode ser apresentadora de TV? Essa realidade está longe de não ser uma questão. Apesar de já termos mulheres apresentando jornais, programas de TV, muitas delas ainda precisam se moldar ao que esse espaço pede, seja através do cabelo seja através de outras manifestações fenotípicas", afirmou Aline.

A quarta live (25 de outubro) contou com a participação das professoras Alexandra Dumas (UFBA) e Manoela Barbosa (UFS) sobre o tema “Epistemicídio: racismo na academia e a responsabilidade docente”.

“A gente está trazendo a discussão do conhecimento negro não somente como tema, mas na sua forma também de produção do conhecimento, que é através das celebrações, dos rituais e dos seus textos”, disse Alexandra.

Debate para todos


A penúltima live tratou do “Epistemicídio: racismo na academia e a responsabilidade docente”.
A penúltima live tratou do “Epistemicídio: racismo na academia e a responsabilidade docente”.

Segundo a coordenadora do evento, professora Luciana Oliveira, os debates têm como alvos os estudantes negros e não negros e toda a população a fim de que todos compreendam o impacto positivo da implementação das cotas na academia e a sua importância para o avanço de uma sociedade ainda atrasada pelo preconceito racial.

“Com esses debates pretendemos alertar a comunidade acadêmica quanto a complexidade e importância desse tema que possui várias questões, não só a entrada dos alunos negros no ensino superior como também a sua permanência, por exemplo. Foi uma forma que encontramos, enquanto docentes da comunicação, de provocar o público a refletir sobre um tema que não deve morrer no encerramento desse evento, mas sempre ser debatido pela instituição e seus diferentes programas e departamentos formas de melhorias e avanços das ações afirmativas de um modo geral dentro da universidade”.

Para ter acesso aos debates e acompanhar o próximo, basta acessar o canal da TV UFS.

Milena Alves Lucas (Estágio Supervisionado em Jornalismo)

Luiz Amaro (edição)

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Sex, 10 de dezembro de 2021, 18:00
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